Alerta: tripanossomíase bovina ganha força em Coromandel

Por Maria Alice de Sene Moreira*

A tripanossomose também chamada de tripanossomíase bovina, doença pouco conhecida e que esta se espalhando pelos rebanhos do Estado de Minas Gerais, vem ganhando força no município de Coromandel e vitimando rebanhos.

A doença é provocada por um protozoário, o Trypanossoma vivax, que por ser extremamente patogênico causa grandes prejuízos e inclusive morte de animais em um curto espaço de tempo.  O tripanossoma é transmitido mecanicamente através da picada de moscas picadoras ou do uso de agulhas podendo acometer bovinos de leite e corte. No entanto, está mais comumente disseminado em rebanhos de leite devido ao compartilhamento de agulhas entre os animais durante a aplicação rotineira ocitocina nas vacas em lactação.

Os sintomas apresentados pelos animais contaminados são ausência de apetite, febre, emagrecimento, anemia, hemorragias generalizadas e morte de muitos animais. Tais sintomas se assemelham muito aos sintomas da tristeza parasitária bovina, complexo que envolve a babesiose e a anaplasmose, o que pode ocasionar equívoco no tratamento.

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A tristeza parasitária bovina é tratada com o diaceturato de diminazene. Quando utilizamos este medicamento para tratar a tripanossomose ele destrói a maior parte dos protozoários da corrente sanguínea, porém não consegue acabar com a doença. A consequência disso é a indução de resistência do protozoário ao medicamento o que dificulta muito os tratamentos nos rebanhos onde o diagnóstico inicial foi impreciso. Neste caso o animal melhora sua condição rapidamente ficando aparentemente sadio. Entretanto, basta uma situação de estresse para a doença voltar à tona e com força total.

O tratamento eficaz para a tripanossomose deve ser feito utilizando o isometamidium. Droga recentemente autorizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para comercialização no Brasil que teve a sua liberação devido ao crescente aumento de casos da enfermidade no país.

É bom lembrar que a medicação deve ser utilizada com critério. A recomendação de pesquisadores renomados é que seja utilizada apenas nos animais parasitados evitando a aplicação massiva da droga no rebanho.

* Maria Alice de Sene Moreira é médica veterinária, mestranda em Sanidade dos Animais dos Trópicos pela Uniube. Professora da FCC e Fiscal Agropecuário.

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