Artigo: Vacinação previne rebanho de contagio por leptospirose
Por Maria Alice de Sene Moreira e Daniele Amaral Rodrigues*
A pecuária bovina é um dos principais setores da economia brasileira bem como do município de Coromandel e apresenta um crescimento exponencial. A medida que a pecuária evolui as exigências sanitárias tornam-se cada vez maiores e a manutenção do rebanho vacinado e vermifugado é uma medida sanitária que previne o aparecimento de doenças, dentre elas a leptospirose bovina.
A leptospirose bovina é uma doença contagiosa causada pela bactéria do gênero leptospira. É considerada uma antropozoonose, ou seja, doença primária dos animais que pode ser transmitida ao homem. No Brasil, é considerada de caráter endêmico, sendo comum o surgimento de surtos na época de chuvas. É também uma doença de risco ocupacional atingindo trabalhadores agrícolas, trabalhadores das redes de água, coletores de lixo, além de veterinários e tratadores de animais.
Em bovinos a leptospirose causa grandes prejuízos devido a sua grande influência na queda de produção, infertilidade, abortamentos e mortalidade em bezerros. Nos animais em lactação, as leptospiras podem ser encontradas no leite e nele sobreviver por horas ou dias dependendo da sua forma de apresentação. Os animais que estão se recuperando da doença podem eliminar o agente na urina durante meses e até anos.
Para diagnosticar a leptospirose é necessário diferenciá-la das outras doenças infecciosas da esfera reprodutiva como abortos, levando em consideração os sinais clínicos às evidências epidemiológicas e realizando exames laboratoriais. O teste de ELISA (Ensaio de Imuno Absorção Enzimática) é o mais indicado.
O controle da leptospirose é feito com a vacinação do rebanho a partir do quinto mês de idade, controle da população de roedores e impedindo que os animais doentes bebam ou se alimentem de água e alimentos contaminados respectivamente. Os doentes devem ser tratados com estreptomicina na dosagem de 25 mg/Kg de peso vivo administrada pela via intramuscular, em dose única.
* Daniele Amaral Rodrigues (Graduanda em medicina veterinária pela FCC) Maria Alice de Sene Moreira (Médica veterinária mestranda em sanidade dos animais dos trópicos pela Uniube. Docente da FCC e Fiscal AgropecuárioEstadual- IMA).