“Não podemos trair a população”, dizem motoristas que mantêm paralisação em Coromandel
Caminhoneiros que estão acampados na Rodovia BR-352, em Coromandel, ignoraram mais uma tentativa do presidente Michel Temer de acabar com as manifestações e decidiram manter a paralisação do transporte de cargas para “não trair a população”.
Mesmo com a promessa de Temer, feita na noite deste domingo (27), de reduzir em R$ 0,46 o preço do óleo diesel por 60 dias e limitar as alterações no valor do combustível a apenas um por mês, os caminhoneiros resolveram não deixar seus postos.
Isso porque a medida adotada por Temer, segundo o caminhoneiro João Gilberto Rodrigues, foi encarada como uma forma de dividir a sociedade e fazer a categoria perder o apoio popular, já que os outros combustíveis não seriam inclusos na diminuição de preços.
“Se diminuir o preço do diesel e não abaixar o álcool e a gasolina, não adianta. Porque eles nos apoiaram e não vamos trair a população. Queremos resolver o problema da Nação, que está toda ela sendo prejudicada. Tem que ser redução para todo mundo”, afirmou o caminhoneiro, que tem mais de 30 anos de profissão.
O minerador Luciano Araújo, um dos líderes da paralisação em Coromandel, afirmou que o movimento continua e que outros temas estão na pauta dos manifestantes. “Não aceitamos essa proposta do governo, de forma alguma”.
Além do pensamento de “não trair a população”, os caminhoneiros temem que ceder neste momento possa causar prejuízos futuros. “Eles podem fazer novas leis para que não façamos mais esse movimento”, acrescentou Araújo.
Para manter o apoio conquistado, os caminhoneiros começaram inclusive a fazer concessões; devem permitir também a circulação de caminhões leiteiros. “Apenas dos produtores; da indústria, não”, disse um dos manifestantes.
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