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Movimento em Coromandel pede a inclusão de lactantes no grupo prioritário de vacinação contra a Covid-19

Um movimento de alcance nacional tomou proporções enormes em torno de um mesmo desejo: a vacinação contra a Covid-19 para as lactantes.

A vacinação de lactantes, que é recomendada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), permeia-se em torno da orientação de que os benefícios de propiciar a proteção destas mulheres contra a covid-19 diminuiria o risco de transmissão da doença aos filhos.

Uma vacina que salva duas vidas

Patrícia Silva, que é enfermeira obstetra, consultora em amamentação e representante do grupo “Lactantes pela Vacina” de Coromandel, explica sobre essa frente ampla a favor da vacinação de lactantes na cidade de Coromandel. “Nós do grupo ‘Lactantes pela Vacina’ estamos solicitando o apoio dos gestores local e regional, para que possam incluir as nossas lactantes no grupo prioritário para a vacinação contra a Covid-19. Através do PNI, o Prefeito e a Câmara Municipal têm toda a autonomia e discricionariedade para incluir mais um grupo como prioritário na vacinação contra o coronavírus, bem como deputados e o governador do estado, obedecendo todo o rito legal. Já obtivemos respostas positivas, tanto pelo Prefeito de Coromandel, quanto pelo Gestor Municipal de Saúde e também pelo Presidente da Câmara Municipal.”

Na tarde de ontem (10), Patrícia Silva, acompanhada de mães lactantes, se reuniram na sede da Câmara Municipal de Coromandel com o Prefeito Fernando Breno e o Presidente da Câmara de Vereadores, Marcelo Ricardo, para a apresentação de um ofício. Neste documento, solicitaram a inclusão das lactantes sem comorbidades em um novo grupo prioritário, objetivando a agilização da vacinação das mães que estão amamentando seus filhos, o que possibilitaria imunizar, indiretamente, também as crianças em estágio de aleitamento materno.

Na ocasião, o Prefeito Municipal e o Presidente da Câmara de Vereadores assinaram o ofício, reforçando o apoio do Poder Público Municipal em garantir a este grupo a realização de seus importantes anseios em prol da imunização de mães lactantes e crianças no período de amamentação.

Vacinação de lactantes pode reduzir o número de mortalidade infantil em razão da Covid-19

De acordo com levantamento realizado pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), órgão ligado ao Ministério da Saúde responsável por fazer a notificação de casos de internação por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), cerca de 1,6 mil bebês de até 1 ano morreram por Covid-19 no Brasil desde o início da pandemia. Em Minas Gerais, o número de óbitos chegou a 84.

A solicitação de vacinação das mães lactantes, feita por algumas Associações de Saúde, é baseada após publicações de estudos que sugerem a imunização dos bebês a partir do consumo do leite materno, já que o corpo feminino é capaz de produzir os anticorpos contra a Covid-19 após a imunização e “repassá-los” ao bebê através da amamentação. A inclusão das lactantes como grupo prioritário acendeu, então, a discussão em torno de uma “imunização dupla”, já que a vacina garante a proteção das mães e, consequentemente, de seus filhos que ainda se nutrem do leite materno. Ainda segundo documentos da SBP, as lactantes estão suscetíveis a tomar quaisquer vacinas permitidas em solo brasileiro sem gerar riscos para a própria saúde ou a de seu filho.

A preocupação das mães é justamente sobre a falta de previsão sobre a vacinação de seus filhos, sejam crianças ou recém-nascidos. As visitas constantes ao médico, que são necessárias nesta fase de desenvolvimento dos recém-nascidos e crianças, angustiam ainda mais as mães pelo grau de vulnerabilidade contra o vírus.

Lyvia Guimarães, lactante e mãe da pequena Clara de apenas 06 meses, se juntou às várias mães que defendem que a vacinação contra a Covid-19 no Brasil seja estendida a todas as lactantes, com ou sem comorbidades, e independentemente da idade da criança. “Incluir as lactantes nos grupos prioritários de vacinação, além de uma questão de saúde pública é uma questão social! Para além da imunização da mãe e do bebê há que se considerar o efeito social a médio e longo prazo resultante da redução da mortalidade materna, reduzindo assim a quantidade de orfandade precoce. Esse panorama fica ainda mais relevante se considerarmos que a mortalidade materna é maior nas camadas sociais mais carentes onde há maior incidência de mães solos responsáveis pelo sustento da família! Além disso, é importante considerar a vulnerabilidade das crianças até 2 anos, cujo uso da máscara é contraindicado por risco de sufocamento! Vacinar as lactantes é acima de tudo cuidar e proteger o futuro!”

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