Guedes promete antecipar recursos para que Minas ‘respire’
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira (23) que os “impostos têm que descer e a economia brasileira se abrir” para, enfim, o Brasil crescer economicamente e sair da crise. Guedes também afirmou que pode antecipar recursos para Minas Gerais, porque o governador Romeu Zema (Novo) demonstrou interesse em privatizar estatais para sanar a crise do Estado.
Durante o 10º Fórum Liberdade e Democracia, em Belo Horizonte, Guedes deu prazo de “dez a 15 anos” para queda nos impostos no País. Para ele, o vilão que deixa o Brasil em crise é o mau uso da verba pública.
“Descontrole nos gastos públicos, que nos levou para inflação, moratória, corrupção, impostos elevados. É o mesmo vilão e os liberais sabem disso há 200 anos”, disse.
Guedes afirmou que o governo está seguro de que está fazendo a coisa certa, porque os erros de gestões passadas eram óbvios. O ministro citou acordos no Mercosul, União Europeia e a Reforma da Previdência como exemplos da atuação econômica do governo de Jair Bolsonaro para tirar o Brasil do buraco.
Para o ministro, os liberais são chamados para arrumar os erros cometidos, principalmente por governos de visão à esquerda.
“Geralmente liberais são chamados para reconstruir. O que acontece na Venezuela hoje, aconteceu há 30 anos no Chile. Hoje, o Chile tem renda per capita duas vezes maior que do Brasil. Quando você segue o programa liberal você constrói, afirmou.
Recuso para MG
Guedes também falou rapidamente da situação financeira de Minas Gerais, que é grave. Segundo ele, como Romeu Zema (Novo) demonstra interesse em vender estatais, o governo federal pode liberar recurso para que o Estado “respire”.
“Minas está quebrado também. Vamos dar apoio ao Zema. Em três, quatro anos, Minas estará em outro patamar. Vocês viram, ele quer privatizar, o Zema quer vender estatais. Vamos adiantar recurso para ele. Vamos dar um canudinho pra ele respirar. Ele merece. Em Goiás é a mesma coisa com o (governador Ronaldo) Caiado, que pegou o Estado quebrado. Podemos antecipar recursos”, afirmou.
Tivemos paciência com a liberal-democracia, queremos que eles tenham também. Ficaram brincando 30 anos disso.
Pacto Federativo
Primeiro semestre fizemos a reforma da Previdência. O passo seguinte é o pacto federativo. Atacar as despesas com a própria máquina. Não vamos tirar o salário de ninguém. É só não sair do controle.
Vamos descarimbar o dinheiro público. As prefeituras, os Estados estão quebrados. A União não está porque tem capacidade de emitir dívida. Aí o que acontece? Vão no STF e o STF dá causa ao Estado, que quebra a União um pouco mais.
Minas Gerais, inclusive, aguarda decisão da ministra Carmen Lúcia para saber se poderá ou não pegar R$ 2 bilhões emprestados da União para pagamento de precatórios. O Estado entrou na Justiça para que a Suprema Corte obrigue a União a conceder o crédito – mesmo com Minas Gerais não honrando os pagamentos de outros empréstimos feitos anteriormente.
Privatização
Para o próximo ano, Guedes já avisa que o governo federal prepara um pacote de privatizações das estatais. O Salim (Mattar, secretário especial de Desestatização) está preparando privatizações para o ano que vem, que é coisa grande. Ano que vem ele vem com força”, afirmou.
Em entrevista ao O TEMPO, Mattar disse, por exemplo, que existem oito grupos interessados em comprar os Correios.
Democracia
O ministro disse ainda que os movimentos que afirmam que a democracia brasileira está em risco estão errados. Segundo ele, o governo ainda não conseguiu descentralizar o poder, mas que o atual governo tentará até o final do mandato. “Os liberais acreditam no algoritmo político. Limitado e descentralizado, diferente de ditaduras. Outro algoritmo economia de mercado, que envolve sistema de inteligência descentralizado”, afirmou. Ele ainda completou ao afirmar que “não há razão para baixo astral. Somos democratas, não quero saber se esquerda ou direita. Somos democratas. Não há risco nenhum”.