Dnit retira radares das rodovias BR-365 e BR-050 em trechos da zona urbana de Uberlândia
Cerca de 20 radares fixos na BR-365 nos trechos dentro da zona urbana de Uberlândia já foram retirados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), conforme verificou a reportagem do MG1. Além disso equipamentos também estão sendo desinstalados na BR-050 na área urbana uberlandense. A retirada dos aparelhos começou a ser realizada no fim do mês de agosto.
A determinação é do Governo Federal após o fim do contrato nacional com a empresa responsável pela instalação e manutenção dos equipamentos nas rodovias. De acordo com o Dnit, informações específicas por cidade ou região não serão disponibilizadas por enquanto (veja nota completa abaixo). Por isso, não é possível precisar a quantidade de aparelhos que foram desativados em Uberlândia.
No entanto, o órgão enviou a lista de novos radares que serão instalados, na qual constam 15 novos pontos na BR-365, sendo 11 em Uberlândia, que ficam próximos aos bairros Brasil, Presidente Roosevelt, Taiamã e Morada do Sol.
Conforme o comunicado, um acordo judicial firmado em julho deste ano entre o Ministério da Infraestrutura, o Dnit e Ministério Público Federal “permitiu uma redução do quantitativo de radares, contemplando a instalação de equipamentos nos pontos mais sensíveis, prioritariamente em áreas urbanas”.
Na BR-365, o radar que havia no Bairro Dona Zulmira, por exemplo, foi retirado, segundo moradores informaram à reportagem. Além disso, pedestres e condutores também afirmaram que viram equipes retirando os equipamentos em alguns dos locais nos últimos dias.
O especialista em trânsito, Marcos Antônio Rodrigues, diz que a retirada dos radares é um risco. Segundo ele, apesar dos limites de velocidade, muitos motoristas só agem se são fiscalizados devidamente.
“Para o trânsito funcionar é preciso ter um equilíbrio em três pontas, a educação, engenharia e fiscalização, ou seja, motoristas, estrutura e poder público”, disse o especialista.
Segundo ele, é preocupante a retirada, já que a colocação dos radares foi feita por uma razão. “Os critérios são técnicos. A retirada sem motivo aparente gera perda para a sociedade no quesito segurança e não é benéfica para a mobilidade urbana”, explicou.
Nota do Dnit na íntegra
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT esclarece que, decorrente do acordo judicial homologado no dia 29 de julho pela Justiça Federal, será priorizada a instalação de aproximadamente 1.140 radares eletrônicos, visando o controle de velocidade em faixas de tráfego com criticidade ‘média’, ‘alta’ e ‘muito alta’, os quais foram identificados em estudos realizados ainda em 2016. O acordo judicial é fruto de extensa negociação e foi construído consensualmente pelo Ministério da Infraestrutura, DNIT e Ministério Público Federal, o que permitiu uma redução do quantitativo de radares, contemplando a instalação de equipamentos nos pontos mais sensíveis, prioritariamente em áreas urbanas. A implantação das faixas estabelecida no acordo busca também coerência com a disponibilidade orçamentária do DNIT para tal finalidade. Em função do acordo, a partir de diretrizes atualizadas a serem estabelecidas pelos técnicos do Ministério da Infraestrutura, será realizado novo estudo para redimensionar a quantidade de radares, priorizando os trechos efetivamente necessários e considerando o caráter educativo dos equipamentos.