Operação Mercúrio cumpre mais de 200 mandados contra quadrilha de roubo de cargas em Uberlândia
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia, em conjunto com os núcleos regionais de outros nove estados brasileiros, deflagrou a Operação “Mercúrio”, na manhã desta quinta-feira (29), contra uma organização criminosa especializada em roubo de cargas e com o envolvimento de diversos empresários e advogados. São cumpridos mais de 200 mandados judiciais.
Segundo as primeiras informações do Gaeco, a investigação foi iniciada há cerca de 10 meses a partir das operações Catira e Fideliza, realizadas pela Polícia Federal em 2015 e que também resultaram em outras operações do Ministério Público Estadual (MPE).
A operação tem como alvo uma quadrilha especializada no roubo e receptação de caminhões e cargas com estrutura operacional completa, desde assessoria jurídica e constituição de empresas fantasmas, até receptadores e outros membros responsáveis por fazer a lavagem de dinheiro dos bens adquiridos de forma ilícita.
Além de decretar a prisão dos investigados na primeira fase da operação interestadual, a 4ª Vara Criminal da comarca de Uberlândia determinou o bloqueio de R$ 40 milhões nas contas dos alvos e o sequestro de mais de 200 veículos.
PRISÕES E BUSCA
Ao todo são 93 mandados de prisão e 120 de busca e apreensão. Em Minas Gerais, são cumpridos 22 mandados de prisão preventiva e outros 20 de prisão temporária em Uberlândia, Araguari, Patrocínio, Iraí de Minas e Santa Juliana.
As buscas em Uberlândia ocorrem ainda em pelo menos dois condomínios de luxo da cidade, lojas e em uma concessionária de veículos importados, localizada na avenida João Naves de Ávila, bairro Saraiva. Há indícios de que esses estabelecimentos comerciais na cidade e de outros municípios atuavam na lavagem do dinheiro arrecadado com a venda das mercadorias roubadas pela quadrilha.
Os investigados presos temporariamente serão ouvidos pelo Gaeco e os materiais apreendidos, incluindo documentos, serão analisados para embasar as investigações e oferecimento das denúncias ao Judiciário.
A ação também acontece nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Tocantins, Pernambuco, São Paulo, Santa Catarina e Paraná.
Depois da região do Triângulo Mineiro, a maior parte dos mandados é cumprida em Goiás, sendo 39 de prisão. Entre os suspeitos na região goiana estão policiais civis e o principal alvo no estado, que era o maior receptador da organização criminosa. O homem foi preso com a esposa, na tarde desta quinta, em um resort no litoral da Bahia.
Diligências ocorrem em mais de 20 municípios
Em Goiás, as diligências são feitas na capital, em Anápolis, Aparecida de Goiânia, Bela Vista de Goiás, Gouvelândia, Inhumas, Itumbiara, Quirinópolis, Rio Verde, Santa Helena de Goiás, Silvânia, Trindade e Vianópolis. Há mandados sendo cumpridos também em Taipas do Tocantins (TO), Várzea Grande (MT), Londrina (PR), Olinda (PE), Belém (PA), Campo Grande (MS), Chapecó (SC) e Franca (SP).
O nome da operação faz referência a Mercúrio, mensageiro e Deus dos transportes, do comércio, lucro e dos ladrões, segundo a mitologia romana. Os trabalhos contam ainda com o apoio do Grupo Especial do Patrimônio Público (GEPP) em Belo Horizonte, da Polícia Militar (PM) de Minas Gerais e de Goiás, Polícia Civil de Goiás e da Administração Penitenciária de Minas Gerais (Suape).
O balanço final da operação será divulgado pelo Gaeco ao término dos trabalhos desta quinta-feira (29)
Por G1