Amipa recebe agrônomos africanos para conhecer cultura do algodão em Coromandel
Um grupo de 33 agrônomos oriundos de países africanos esteve em Coromandel, no dia 3 de agosto, a convite da Associação Mineira de Produtores de Algodão (Amipa), para conhecer a cultura do algodão no município, que é o maior produtor da oleaginosa no Estado.
A visita faz parte do “Curso de Aperfeiçoamento, Capacitação e Transferência de Tecnologia na Cultura do Algodão”, um projeto do Ministério das Relações Exteriores em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), o Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e Amipa.
Em Coromandel, os agrônomos intercambistas de Malawi, Moçambique, Quênia, Tanzânia e Zimbábue visitaram a Fazenda Rio Brilhante, do produtor Inácio Urban, e foram recebidos pelos gerentes Brás Moreira da Silva e Junio César Martins.
O grupo esteve acompanhado do diretor da Amipa, Lício Pena; e do professor da UFLA Antônio Carlos Fraga, coordenador técnico do curso, na visita à sede da fazenda e à plantação de algodão, que estava em fase de colheita e deixou a todos admirados pelo tamanho da área cultivada.
Conhecendo Tecnologias
A passagem por Coromandel foi parte de uma expedição guiada pela Amipa na região. No dia anterior, os africanos visitaram a usina de beneficiamento de algodão e a fazenda experimental da Associação. Dias depois, foram à sede da organização, em Uberlândia, para conhecer o laboratório Minas Cotton e a Biofábrica, referências em tecnologia no setor, e conhecer a unidade da Monsanto.
Os africanos permanecem no Brasil até o final de agosto, quando se encerra o prazo de 90 dias de curso. Neste período, os participantes vão conhecer todas as etapas de produção do algodão, por meio de aulas teóricas e práticas, além de técnicas gerais na área de produção agrícola. O objetivo, de acordo com Antônio Carlos Fraga, coordenador do curso, é impulsionar a geração de empregos e o aumento de renda, com consequente melhoria na qualidade de vida dos agricultores da África.
O diretor da Amipa, Lício Pena, explicou que esta é a terceira turma que vem ao Brasil, em parceria com a instituição, com esse objetivo. Nas etapas anteriores, passaram pelo curso agrônomos de países que têm por língua oficial o português e o francês, concluindo com os que utilizam o idioma inglês.
Admiração dos Africanos
Com a ajuda do tradutor Filipe Almeida, os profissionais africanos teceram elogios à Amipa e aos produtores brasileiros.
Morleen Mupandawana, que atua no Ministério da Agricultura do Zimbábue, declarou estar muito satisfeita por ter sido convidada a integrar o grupo que veio ao Brasil e ressaltou sua admiração com a solidez da Amipa.
“Nós avaliamos que o nível de transparência e organização da associação é fantástica. Ela permite uma integração de pequenos e grandes produtores. Não faz distinção e trata a todos iguais, dando os mesmos incentivos para todos, e isso faz uma diferença muito grande”
A avaliação foi endossada com mesmo entusiasmo por Annie Zidana:
No Quênia, as organizações de produtores são fracas. Elas não estão tão organizadas, como notamos aqui no Brasil, especialmente no que se refere à Amipa
A queniana Tereza Okio, complementou a declaração, afirmando que as associações que lidam com o algodão no Brasil “são muito transparentes e livres de corrupção”, referindo-se à Amipa e à Abrapa, esclarecendo que no Quênia ocorre muita interferência política negativa e má gestão das organizações.
Bagagem Cheia de Experiências
O engenheiro agrônomo moçambicano Dilson Paulo Brito afirmou que pode aproveitar muito a oportunidade de participar do intercâmbio e vai voltar para seu país com a bagagem cheia de experiências para compartilhar com os produtores de lá, ressaltando que muito do que viu em solo brasileiro poderá contribuir para aumentar a produtividade na África.
Vamos levar para Moçambique a experiência de que um sistema de agricultura bem planejado, organizado, com uso de sementes de alta qualidade e com variedades que podem reduzir custos, além de assistência técnica fortalecida, são importantes e fundamentais para o sucesso na agricultura