Caminhoneiros ignoram Temer e seguem na BR-352 em Coromandel
Os caminhoneiros que paralisaram as operações na terça-feira (22) ignoraram as bravatas do presidente Michel Temer (MDB) e seguem acampados na BR-352, em Coromandel, em ato contra o preço do óleo diesel. Neste sábado (26), os manifestantes realizaram nova carreata pela cidade e receberam alimentação e visitas, inclusive de uma orquestra.
Por volta das 15h, um grupo de caminhoneiros e motoristas circulou por várias ruas da cidade, para despertar a população para a causa. O buzinaço passou pelos postos de combustível – que se encontram sem etanol e gasolina e no limite dos estoques de diesel – antes de encerrar no local onde o movimento está concentrado.
Após a chegada dos caminhões e outros veículos que participaram do buzinaço, a rodovia foi fechada por alguns instantes para que a banda “Asafe”, da Igreja Assembleia de Deus, entoasse o Hino Nacional. O grupo evangélico também tocou músicas gospel para caminhoneiros e populares que acompanhavam a manifestação.
Os manifestantes mantém barricadas para o controle de veículos que passam pelo local e ergueram uma bandeira do Brasil sobre a rodovia. No local, eles contam com um banheiro químico e alimentação, que tem sido fornecida, em parte, por produtores rurais, empresários e simpatizantes.
Polícia Monitora
A Polícia Militar Rodoviária acompanha e orienta os motoristas que estão parados na via. A reportagem do Jornal de Coromandel apurou que não há qualquer movimentação, até o começo da tarde, no sentido de cumprir a determinação do Governo Federal de liberar as rodovias.
Na sexta-feira, horas após negociar um acordo com lideranças da categoria para por fim à paralisação e ver o pacto ser ignorado pelos caminhoneiros, o presidente Michel Temer determinou que as forças de segurança da União liberassem as rodovias. No STF, o Governo obteve autorização para que os agentes federais pudessem inclusive assumir o controle dos veículos para desobstruir as vias.
Neste sábado, pela manhã, o Governo declarou que 544 dos 596 pontos de bloqueio de caminhoneiros já haviam sido liberados. Para forçar a saída dos trabalhadores de transporte das rodovias, a Polícia Federal Rodoviária estaria aplicando multas para aqueles que não aceitaram deixar os locais. Até o momento, foram aplicadas 349 multas, totalizando uma arrecadação de R$ 1,77 milhão pelas infrações.
O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou que sejam aplicadas multas de R$ 10 mil por dia aos motoristas que mantiverem as vias bloqueadas.
Apesar do esforço do Governo para desbloquear as estradas, a manifestação dos motoristas pode não ter um fim rápido. Isso porque alguns caminhoneiros já se organizam para, sendo forçados a deixar a rodovia, permanecer sem trabalhar.
Muito bem, meus conterrâneos!
A união de todos em prol de uma causa justa poderá produzir mudanças positivas tendentes ao extermínio dessa situação caótica a que, infelizmente, foi submetido nosso País.