Estado investiga 23 casos suspeitos de febre amarela em Minas
Da Agência Minas
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais confirmou que está investigando 23 casos suspeitos de febre hemorrágica aguda. Destes casos, 16 tiveram respostas laboratoriais positivas para febre amarela e os outros seguem em investigação.
Dos 23 casos, 14 evoluíram para o óbito e estão sendo investigadas as causas dessas mortes. Cerca de 15 municípios das regiões de Teófilo Otoni, Coronel Fabriciano, Manhumirim e Governador Valadares estão em alerta devido a esses casos.
Para o subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde, Rodrigo Said, a situação é de atenção. “A notificação desses casos põe o Estado em alerta. Apesar desses 16 casos terem dado positivo para febre amarela, em exame laboratorial, ainda está sendo realizada uma investigação epidemiológica com as famílias, históricos de vacinação e deslocamentos desses pacientes, entre outras informações complementares importantes, para confirmação a final dos casos”, explicou.
As amostras foram encaminhadas para a Fundação Ezequiel Dias (Funed) e os resultados serão divulgados após a investigação epidemiológica. Os testes para o diagnóstico estão sendo realizados no laboratório da Funed. Dentre as doenças sob suspeita estão a febre amarela, dengue, leptospirose e febre maculosa.
Ainda segundo Rodrigo Said, as ações de prevenção e controle contra a febre amarela estão sendo desencadeadas principalmente nos municípios acima citados e em outros de Minas Gerais que já apresentam registros de epizootias (morte de macacos) em 2016 e 2017, mesmo sem confirmação laboratorial.
“Entre as ações, estamos intensificando a vacinação contra febre amarela, atualização dos cartões de vacinação dos moradores das referidas localidades, potencializando as formas de divulgação sobre as medidas de prevenção e controle da febre amarela, além da importância da vigilância sentinela com as epizootias”, disse.
Febre amarela
É uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por mosquitos, tanto em áreas urbanas e silvestres. Nas áreas urbanas essa transmissão se dá por meio do mosquito Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue, chikungunya e zika. Em áreas florestais, os principais vetores são os mosquitos Haemagogus e Sabethes.
A transmissão acontece quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela ou tomado a vacina contra a doença é picada por um mosquito infectado. Ao contrair a doença, a pessoa pode se tornar fonte de infecção para o Aedes aegypti no meio urbano. Além do homem, a infecção também pode acometer macacos, que podem desenvolver a febre amarela silvestre e ter quantidade suficiente de vírus para infectar mosquitos e assim, infectar o homem.
As primeiras manifestações da doença são febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente contra a doença.