40 anos da inclusão da mulher na PMMG

Neste ano, comemora-se 40 anos de inclusão da mulher na Polícia Militar de Minas Gerais. Ao longo desses anos de trabalho, dedicação e profissionalismo, a mulher vem ocupando cada vez mais o seu espaço na Instituição. Dignas de reconhecimento e valorização, as policiais militares ultrapassaram as barreiras biológicas e romperam os preconceitos e paradigmas que as condicionavam a determinadas tarefas, mostrando que elas podem tudo.

Exemplos próximos de determinação, estão as policiais da 98ª Companhia da Polícia Militar de Coromandel, a Soldado Thamires Moreira Borges – que no momento se encontra de licença maternidade – e a 3° Sargento Flávia de Oliveira Melo, que cedeu uma entrevista ao Jornal de Coromandel. A Sargento veio para o nosso município em 2010 e diz aspirar e trabalhar para alcançar outras patentes dentro da corporação. Também explicou que não se sente estigmatizada ou percebe qualquer tratamento diferenciado por ser mulher.

Para conhecer mais sobre essa grande policial, acompanhe a entrevista abaixo:

Quando você decidiu ingressar na PM?
Ingressei na PM em maio de 2004 por incentivo de uma tia. Fiz meu curso de soldado na cidade de Governador Valadares, onde permaneci até início de 2010, quando solicitei minha transferência para Coromandel.

Por que você decidiu trabalhar na segurança pública?
No início, porque precisava de um emprego e a estabilidade era um grande atrativo. Mas, ao ingressar na Instituição, percebi que realmente era o que precisava para minha vida. Hoje, a Polícia Militar é mais do que uma profissão para mim e minha família. Tenho orgulho em dizer que faço parte desse seleto grupo de pessoas que realmente se preocupam com o bem comum.

Quando você faz alguma abordagem, percebe que o cidadão reage diferente por ser mulher?
Não. Acredito que os cidadãos já se acostumaram e respeitam bastante a presença da policial feminina na corporação, assim como mulheres dirigindo, delegadas de Polícia, juízas de direito, entre outras profissões.

Como é sua relação com os outros militares?
Excelente. Nunca tive problema nos meus relacionamentos profissionais enquanto Policial Militar. Procuramos desenvolver nosso trabalho nas diversas atividades com empenho e dedicação e primamos pelo bom relacionamento interpessoal.

Há uma inspiração para você seguir na carreira?
Sim. As pessoas de bem.

Você é a única militar mulher que já passou pela 98ª Companhia ou vieram outras antes de você?
Não. Quando vim para Coromandel, havia duas policiais militares na cidade e antes delas outra militar esteve lotada nessa fração. Atualmente, a Soldado Thamires e eu servimos na sede da 98ª Cia PM e, em Abadia dos Dourados, há a Soldado Nayara, primeira militar lotada naquela cidade.

Alguma história de orgulho, algo que tenha te tocado ou confirmado sua vocação?
Acredito ter passado por muitas situações que me sustentam na carreia, porém, sempre recordo de um fato muito gratificante. Quando ainda trabalhava em Governador Valadares, uma senhora foi vítima de uma ocorrência de roubo. Um cidadão infrator levou todo o dinheiro dela – o salário de um mês de trabalho -, que era auxiliar de serviços gerais. Nossa equipe conseguiu prender o autor e recuperar o dinheiro. Foi muito bom servir com excelência a quem realmente precisava.

Qual conselho você daria para uma mulher que deseja ingressar na segurança pública?
Diria que há espaço para todas que desejam ingressar nas fileiras da corporação. A Polícia Militar de Minas Gerais é um órgão para pessoas que tenham compromisso com outras pessoas e se preocupem em realizar o seu melhor, independente do sexo.

Por último, há alguma mensagem que você queira deixar em homenagem ou comemoração aos 40 anos de ingresso da mulher na PMMG?
Diria que as portas se abriram no tempo certo. Há quem diga que 40 anos é pouco tempo, mas eu acredito que foi no tempo de Deus. Agradeço a Ele pela oportunidade que me deu e pelas bênçãos alcançadas. Agradeço também às primeiras guerreiras que buscaram seu espaço na corporação e colaboraram para que hoje pudéssemos obter também o nosso espaço.

3º Sargento Flávia de Oliveira Melo. Foto: Arquivo Pessoal

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