Coromandel 98 Anos

Quando anunciamos os 98 anos de Coromandel, o coromandelense Ernane Borges – Borginho, repostou em suas redes sociais uma crônica brejeira, criada por ele em 2019, lembrando cidadãos que fizeram parte da nossa história. Para quem os conheceu, remete a boas lembranças e nos deixa uma constatação: que pessoas fantásticas!

Doces Lembranças

Estas mangas-espada foram o fio condutor de doces lembranças.

Hortas das casas do Sr. Quinquim Aguiar e Dona Nhá, Sr. Oliveiros Aguiar e Dona Sancha; Dona Carmem Aguiar e tantos outros vizinhos saudosos.

Deliciosas frutas, tombos e brincadeiras.

Futebol no Pastinho. Armazém do Hélio e Loja do Sr. Sinval Pereira. O Chevrolet vermelho do Sr. Romeu Soares e a Rural do Arnaldo. Dona Adélia passeando pelo quarteirão e acompanhando nossas chegadas das “brincadeiras dançantes” e noitadas. Ela me perguntava: “Borginho, você também é noctívago?”.

A venda do Sr. Omar com o banco ocupado pelo Tio Zé Bolão, Pedro Mubuia e o Sr. Omar deitado no balcão. A Kombi do Sr. Ozires e Dona Dolva, cheia de queijos, doces, frango caipira e outras gulodices a caminho de Brasília.

A sapataria de meus pais, Eurípedes e Esmeralda, funcionando a toda para dar conta das encomendas dos “10 Brotos da Sociedade Coromandelense”, escolhidas pelo professor Mauro, que folheava a revista Burda e escolhia sapatos de modelos exclusivos para serem desenhados pela mamãe, costurados pelo Tiziu e montados pelo Zé Victor. Exclusividade de um só exemplar de cada modelo.

Os “peões de sola” das chuteiras sendo trocados pelo Chengo e Zico da Dona Sinhá, para mais um clássico do Maracanã Esporte Clube no domingo que se avizinhava. A Papelaria e Foto do Romeu Rosa, onde, do lado, pelo portão velho da garagem, entrávamos para saborear a manga espada na horta do Sr. Aurélio Rosa e Dona Aristéia. Loja do Ubaldo Rosa com o boníssimo humor do Jerominho Gomes.

O farmacêutico Sr. Cléofano e Dona Maria Honorato passeando de braços dados no passeio em frente à Escola Osório de Morais, o Grupo da Dona Lígia. Loja Brasil do Sr. Dante Pereira, em frente à Câmara Municipal e casa de Fernando Marra e Dona Marieta. Ao final do dia, Zé Cuíca saia da Gráfica, ainda, impecavelmente vestido.

O Sr. Batuta na porta da Farmácia Santa Marta com seu mostruário suspenso e o Padre Lázaro Menezes subindo a rua, passando abaixo das janelas da pensão do Sr. Firmino Amaral e Dona Tereza Salgado; pelas casa do Sr. Totõe Matias e Dona Alda Borges, do Sr. Joaquim Pena e Dona Mariana, do Sr. Clóvis Machado, do Sr. Ramiro Barbosa e Dona Luíza, do Sr. Jerônimo Rabelo e Dona Sancha Machado, do Sr. Juca Abílio e Dona Emília, do Sr. João Faria e Dona Adelina; do Sr. Felisbino Matias e Dona Geralda; pelos jardins da casa do Sr. Naimo Jaber e Dona Alice e virando na esquina do Sr. José Calixto e Dona Alda, indo visitar a construção arrojada de sua “igreja nova”.

Deliciosas mangas e doces lembranças que nos moldaram para esta vida.

Abaixo, registros fotográficos de alguns deles:

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