O QUE COROMANDEL PRECISA PARA SE TORNAR UMA CIDADE INTELIGENTE

O mundo está mudando rapidamente: de acordo com previsões de especialistas, até o ano que vem teremos a estreia da tecnologia 5G, melhorando consideravelmente a velocidade da internet, e o início da operação de carros voadores em algumas cidades. Nos anos seguintes, as mudanças serão ainda mais substanciais, com robôs assumindo tarefas domésticas e operacionais, a energia solar ganhando ainda mais espaço e a agricultura vertical se destacando como importante fonte de produção de alimentos em todo o mundo.

Previsões como essas parecem distantes para quem reside no interior de Minas Gerais, mas elas vão afetar a todos, e por isso lideranças do município já começam a buscar informações para identificar o que Coromandel precisa para se tornar uma cidade inteligente.

O vereador Fernando Breno, atualmente presidente da Câmara Municipal, é uma dessas pessoas preocupadas com o futuro do município. Por isso, participou, entre os dias 22 e 24 de julho, do Smart City Business Brazil Congress & Expo 2019, um dos maiores eventos do mundo para se discutir e conhecer as tendências para as smart cities: cidades inteligentes, na tradução literal.

As cidades inteligentes são aquelas que se utilizam de novas tecnologias, aproveitam ideias inovadoras e disruptivas para melhorar a qualidade de vida de seus cidadãos e gerar emprego e renda.

No evento, foram discutidas tendências que, aparentemente, não afetam a vida do cidadão, mas que podem gerar imensos problemas – ou soluções -, como Gerenciamento de Dados, até questões mais palpáveis para as pessoas e que atendem as áreas da educação, saúde, segurança e transporte público, gargalos da nossa cidade.

O Congresso reuniu representantes de grandes empresas de tecnologia, como a Microsoft e Intel, lideranças governamentais do Brasil e do Mundo, pesquisadores e estudiosos, e foi uma fonte valiosa de conhecimento para Coromandel.

Em entrevista ao Jornal de Coromandel, o vereador Fernando Breno explica o que o motivou a participar do evento e revela se a cidades está preparada para se tornar uma smart city:

JORNAL DE COROMANDEL – Qual o objetivo da participação no evento Smart City?

Fernando Breno – Buscar conhecimento e técnicas modernas de gestão pública Inovadora e Eficiente que melhore a vida do cidadão coromandelense.

JC – Quais os principais aprendizados neste evento?

FB – São inúmeros, mas gostaria de destacar a necessidade imperiosa de parceria com instituições de ensino, empresas privadas é o fortalecimento de consórcios. Nas ferramentas da saúde, uma vez que as cidades inteligentes equipam da melhor maneira os seus postos de saúde visando desafogar a urgência e emergência no caso nosso Pronto Socorro. Nessa linha de raciocínio, várias cidades utilizam um cadastro do paciente com todas as informações dos seus atendimentos e suas patologias, formando um histórico da saúde do cidadão, tudo interligado entre toda estrutura da saúde. Existem também os bueiros inteligentes que alertam administração para evitar alagamentos.

A Cidade Inteligente deve estar cada vez mais próxima do cidadão, por meio de sites ou aplicativos que o munícipe manifeste, e o programa da administração responda aquela demanda com rapidez, mesmo que não faça de imediato a ação. As luminárias LEDs inteligentes que só acionam com trânsito de pessoas e carros, ajuda economizar energia. A pulseira do idoso que vive sozinho e por meio dela pode acionar o município caso aconteça algo com ele. No exterior como Reino Unido, Espanha, EUA e Israel há controle do trânsito, da saúde, parece até algo inimaginável e também o apoio as sturtups.

JC – Pelo que pôde ver, Coromandel está apta a ser uma cidade inteligente?

FB – Infelizmente, hoje, ainda não. Mas é preciso montar uma estrutura de base para que isso aconteça, inclusive com uma mobilização nas escolas e sociedade civil organizada para que o projeto seja compreendido pela sociedade. O gestor público tem que estar comprometido e atualizado com esse novo modelo para que as inovações aconteçam.

JC – Emprego é uma das principais necessidades e demandas da população de Coromandel. Como fazer a cidade se tornar uma smart city e, ao mesmo tempo, gerar emprego e renda?

FB – Olha, todos nós temos essa consciência do emprego, um problema nacional hoje, mas além do parque Industrial com a vinda de empresas para nossa cidade, devemos pensar também em um parque tecnológico para que nossa cidade saia na frente em nossa região e seja uma referência, e com isso estaremos gerando emprego e renda.

JC – O município tem a vocação para o agronegócio, nossa economia hoje depende basicamente desse setor. É possível ser uma cidade inteligente aproveitando essa vocação?

FB – Sim é possível, pois Israel, por exemplo, é a maior referência em tecnologia da irrigação no mundo. Eles estiveram presentes nesse evento, representados pelo Embaixador Yossi Shellen. Outro ponto que precisamos melhorar questão climática, desenvolver uma estação como se tem em São José dos Campos, da Climatempo por exemplo, para que nosso produtor tenha um melhor aproveitamento da sua produção, e isso hoje é um gargalo.

JC – Em quais áreas é mais urgente Coromandel investir para se tornar uma cidade inteligente?

FB – Creio que hoje seria a criação de um aplicativo com todos serviços públicos online, na questão de infraestrutura urbana, como iluminação pública, saúde, segurança e educação.

JC – Para o cidadão que quer aproveitar profissionalmente essas tendências e oportunidades, principalmente em Coromandel, qual a sua dica/orientação?

FB – É necessário que o cidadão estude as novas legislações do tema que estão nascendo, atualize com cursos e comece a desenvolver a ideia em sua própria casa e trabalho, para que sirva de laboratório.