Antônio Andrade rompe com Pimentel e se diz preparado para assumir o Governo de Minas

O vice-governador Antônio Andrade (PMDB) rompeu relações com o governador Fernando Pimentel (PT) e afirmou estar preparado para substituí-lo, caso a Justiça opte por afastar o petista do cargo. Ambos estão sob suspeita de envolvimento em casos de corrupção, mas o chefe do Executivo corre o risco de ser retirado do mandato.

O rompimento foi confirmado à TV Integração, nesta terça-feira (30), quando Toninho de Andrade esteve em Uberlândia. “Eu não faço parte do governo por vários motivos. Primeiro porque aquilo que nós combinamos durante a campanha não foi cumprido. O Estado está parado, não há desenvolvimento”, afirmou À reportagem o vice-governador.

Ao portal da TV Integração, o secretário de Governo, Odair Cunha, afirmou que o rompimento anunciado foi recebido com “estranheza” por Pimentel e culpou o Governo Federal pela falta de investimentos no Estado.

Afastamento de Pimentel

Antônio Andrade afirmou que está preparado para assumir o Governo de Minas Gerais caso a Justiça afaste Fernando Pimentel do cargo. O petista foi indiciado e denunciado pro corrupção na Operação Acrônimo, que apura irregularidades nas campanhas eleitorais. O governador também tem o nome envolvido na Lava Jato.

Wanda

Toninho de Andrade também aparece na lista de políticos beneficiados por propina da Odebrecht e da JBS. Em delação premiada, um ex-executivo da construtora, Benedicto Barbosa da Silva Júnior afirmou que o peemedebista recebeu R$ 275 mil, quando era deputado, para defender os interesses da companhia na Câmara Federal.

Na lista de propinas da Odebrecht, Antônio Andrade foi apelidado de “Wanda”.

Em outra delação, na do empresário Joesley Batista, sócio da JBS, Antônio Andrade aparece com um papel ainda mais importante. Quando ministro da Agricultura, apresentou o agora delator ao então deputado Eduardo Cunha e evitou uma briga entre os dois; na época, já corria o esquema de pagamentos ilegais aos parlamentares.

Por meio de Cunha, o grupo JBS conseguiu a aprovação de duas medidas pelo Ministério da Agricultura – comandado por Andrade. Na ocasião, o ex-presidente da Câmara recebeu R$ 7 milhões.

Em Uberlândia, o vice-governador negou ter recebido qualquer valor da Odebrecht. “Eu absolutamente não recebi nada e não me envolvo em nada com a Odebrecht”.

Repetição

O afastamento entre Pimentel e Toninho Andrade contém similaridades com o processo que culminou com o afastamento da presidente Dilma Rousseff do cargo e a ascensão de Michel Temer.

O titular do governo é do mesmo partido de Dilma, o PT, e o vice é da mesma sigla de Temer, o PMDB.

Em ambos os casos envolvendo PT e PMDB, o vice declarou afastamento acusando incapacidade de gestão do titular e declarou se sentir excluído das decisões. Temer, antes de abandonar o barco de Dilma, escreveu uma carta na qual se ressentia por ser um “vice decorativo”.

Temer também saiu em ‘cruzada’ para atrair o apoio de parlamentares e, principalmente, de empresários, como o fez Andrade nesta terça, em Uberlândia.

antonio-e-presidente-do-tjAndrade também costurou certa proximidade com o Judiciário mineiro, que poderá decidir pelo afastamento de Pimentel a qualquer momento. Em novembro, quando esteve em Coromandel para inaugurar o novo Fórum, o vice-governador chegou ao município no mesmo avião que os desembargadores do Tribunal de Justiça, e foi ao local do evento no mesmo carro que o presidente do órgão, na ocasião, Herbert Carneiro (foto).

O vice-governador também teve papel importante no impeachment de Dilma. Foi, publicamente, um apoiador do afastamento da petista, apesar de ter integrado seu ministério.

Proximidade com a Região

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O possível afastamento de Pimentel pode dar um novo status para a região no Governo do Estado. Andrade é natural de Patos de Minas e foi prefeito de Vazante.

Além disso, é um dos padrinhos políticos da prefeita de Coromandel, Dione Peres e a apoiou na campanha para a Prefeitura.

 

 

 

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